domingo, 13 de agosto de 2006
















DIÁLOGO COM RIMBAUD








Sei,
tolamente ias ao ocaso
no frio desleal,
vagabundo de estrelas venenosas.
Meu dia canta diferente,
o tempo passou...
As estrelas afagam
em intensidade
fugaz.
Pois que o mundo corre veloz.



Topaste com pedras
na beira de estradas,
dormindo o sono
da enorme ursa
agasalhando o poeta
em sonho devastador?



Sentado ao mar,
deslizo a onda,
puída a calça na velha cidade,
larguei desejos, lampejos, soluços..
Dentro da mala dormida de esperas
diluídas no monóxido.

Os goles atordoantes
traficam na garganta.
A musa dança na esquina
com a bunda descoberta,
brilhando em vaselina.
Arrepiada na noite de inverno,
porque o troco do ônibus a quer!


Belo orvalho não morreu...
cuspiu em meu rosto,
gosto púrpuro de vinho,
caí e descalço agora caminho,
fugi! Pois nada me era leal
além do sonho:
Pisar os cascalhos,
cortar os pés,
sangrar a dor na sinfonia de estrelas,
quando a noite de lua cheia,
cobre meus olhos e beija em torpor.
Rimbaud, o vagabundo pede:
Dá-me o perfume da estrela que sonhou.














RJ – 15/06/2006
** Gaivota **

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sábado, 12 de agosto de 2006


















PLAINO LEVE








Meus dedos..
Estico uma asa,
a outra..
Impelido no desejo
in tenso
rompo espaço,
carne maltratada
pedindo vida.



No papel azul
amarrotado,
plaino
leve,
beijando a luz do silêncio,
deslizado no vôo.
Não estou só,
desenho
o mar
na ponta da agulha.









RJ – 09/07/2006
** Gaivota **

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