terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

JUSTA HOMENAGEM




A RONO FIGUEIREDO





Sobre a pele de cada mulher colorida,
desmancham-se lágrimas
em amarrotados papéis.


Rabiscos tomam contorno
e na mesa seca de tintas,
o que era rascunho,
colore pincéis de sonhos
que pedem.. Água!


Tenho sede, tenho sede dizia ele..
Tenho sede em colorir este pálido dia.
Tenho fome, continuava:
Tenho fome de felicidade tardia..


Acordo e no transe incoerente
transfigurando a pele,
risco o grafite,
rabisco desejos,
assopro tintas,
trago porções de luzes
à espera de teu sorriso.


O quartzo branco dorme no canto,
os pigmentos contorcem a falta de vozes
que entoam e fazem dançar mágicos dedos.
As miçangas e os painéis amontoam-se
gritando em tecidos tépidos
(Preciso de luz!)


No miolo dos corações
fica a memória
palavra in materializadado olhar maroto que titubeia..
Linguagem recriada
pintada de branco & preto,
estampada na tez dos
que perderam
o dono do jardim de Éden.




Poema em parceria ** Gaivota ** & Michele Sato
26/02/2007

Homenagem póstuma a Rono Figueiredo



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sábado, 17 de fevereiro de 2007

PÉTALAS DE UMA SINFONIA INACABADA



PÉTALAS DE UMA SINFONIA INACABADA



Numa esquina qualquer
murmura a voz
acariciando a ouvidos,
aprofunda sentidos
na memória povoada de nós.

Remexe loucos beijos partidos..

Mas o Dédalo se esquiva
do estrume em labirinto
da noite escura, a lembrança
insiste em viver sentindo mágico perfume
de desejos que persistem no coice
ou na chuva que um dia fui bendizer

Acinzentado instante come a boca
que um dia foi tua,
pisa o desejo que te dei,
abre o porta jóias e encontra
pérolas em de composição
como sinfonia inacabada.

Porque morreu ali na mesma esquina
atravessada por uma rajada.



** Gaivota **&Michele Sato
Fevereiro 2007.



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