terça-feira, 25 de março de 2008

* PÉROLAS AZUIS DE UM CASACO VERDE *







PÉROLAS AZUIS DE UM CASACO VERDE
** Gaivota **


Meu casaco verde
amassado ao tempo
reflete o caminho redondo
de teu olhar
puiu, tão velho estava
gastei-o em palavras
fabricadas por estrelas

com doces dedos amaciados
toca a flauta invisível
inda fala o menino
maroto
casaco alinhavado
no sol

Digere histórias
embrulha luas
pra que não sintam frio
conta as pérolas
das conchas
que atravessam
a rua, toda vez que
o poeta
perambula
noazul

- pensamentos antigos dentro da chuva -


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segunda-feira, 24 de março de 2008

*** TELAS E TRAÇOS ***







TELAS E TRAÇOS

Imagens dançam cores
nuances... tom exato de
teu olhar distante
Ondas que rebentam repetidamente
no vento dourado dos teus cabelos
traduzo-te em traços,
aquarela.

Pinto a página
reflexo de pensamentos
inexatos momentos
olhados, molhados,
mar & ados

Pincelando água doce
trinco o chocolate
escorrido
entre língua, dentes
e sabor

Não sei...
Não sei...
onde palpita mais
A letra que fala
ou o coração que descompassado
escreve

Não sei...
Não sei...
Só sinto no céu da boca
estrelas vadias, sorrindo luas
nas telas que deixei

Ainda com pincel a mão
rabisco o infinito no beijo agridoce
Penetra na garganta quente
fios de mel
traçados por nosso olhar.


Tonho França & ** Gaivota **

domingo, 2 de março de 2008

VÔOS DE UMA PARTITURA



VÔOS DE UMA PARTITURA
** Gaivota **& Cáh Morandi

Com olhar luminoso
come estrelas
a menina
transcendendo a música
da alma
corpo celeste
nos dedos agônicos
do não dito
in vôo uni forme
chocolate pinga
a lamber sonhos
bocejantes
a menina se ria
afundava mãos
na terra
vestido florido
de novas primaveras
cabelos leves na brisa
ela girava
em terras rosas
inventadas
imaginação com asas,
de pequena borboleta.

* 2008 *


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- SANGRA VER-DI -




Sangra ver-di
** Gaivota **


Tempo expelido
traduz
buraco sem forma
morto na vala
devassa entranha
risca do giz
enterra passado
minuto de agora
ré nova
breu pincela silêncio
onde margaridas florescem
sem explicar
apenas existem
pintadas palavras
verdimplicantes
esperança mordida
na palma da mão.

Setembro2007

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