
GEMIDO TRANSGRESSOR
Abro boca
devoradora de instantes..
degluto do ar frio
que instala-se
penetrando a
garganta quente.
Faço-o com sorvete a mão.
Macio desliza,
escorrido em desejos
explícitos de meus pensamentos..
Algozes em alguns momentos,
doces
na ruptura onde mora a sede.
Posso beber da água doce,
fruto verde, animal voraz
trazendo paz ao coração
latejante que pede,
suplica, implora,
o gole
da paz.
Posso deitar
na rede que
bordada dança à praia.
Ensaiar os passos
de mais uma batalha.
Gritar,
ouvindo silêncios
transgressores de palavras.
Posso,
pois que tingi
de negro
a branca página.
Delirar castelos
onde o sonho esvaziado
dormiu no lençol de incertezas.
Posso morar no beiço
de meus dedos,
loucura latejante
onde espirro
gemendo azul.
RJ – 14/09/2006
** Gaivota **
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