sábado, 8 de abril de 2006

REPUXANDO VENTO






REPUXANDO VENTO!




Parece que por aqui
passou a nuvem torta,
repuxando vento.
Era a turbulência
do vôo.
Era o vulcão
remexendo-se na terra,
ou então meu desejo
de explodir em cores.
Era eu!
Era a dor.
Era o coração
pulando,
em sorrisos
explícitos
na noite de amor.
Era meu braço,
prendendo o choro
da pele amarrotada.
Sofrimento
dos soluços
sufocados.
Ou era a vontade interna,
de existir em mim.


** Gaivota **

Outubro/2005

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4 comentários:

Anônimo disse...

Repuxar o vento é tentar prender o impossível... Parabéns pelo lindo poema.

Anônimo disse...

Foi a turbulência do verso que sem querer virou do avesso e fez-se de inconsciente.

Anônimo disse...

Essa sua compulsão em escrever me faz lembrar um texto de Marguerite Duras, intitulado “Escrever”:

“Na vida, chega um momento - e penso que ele é fatal - ao qual não é possível escapar, em que tudo é posto em causa: o casamento, os amigos, sobretudo os amigos do casal. Tudo menos a criança. A criança nunca é posta em dúvida. E essa dúvida cresce à sua volta. Essa dúvida, esta só, é a da solidão. Nasce dela, da SOLIDÃO. Podemos já nomear a palavra. Creio que há muita gente que não poderia suportar o que aqui digo, que fugiria. Talvez seja por essa razão que nem todos os homens são escritores. Sim. Essa é a diferença. Essa é a verdade. Mais nada. A dúvida é escrever. É, portanto, também, o escritor. E com o escritor todo o mundo escreve. É algo que sempre se soube. Creio também que sem esta dúvida primeira do gesto em direção à escrita não existe solidão. Nunca ninguém escreveu a duas vozes. Foi possível cantar a duas vozes, ou fazer música também, e jogar tênis, mas escrever, não. Nunca.”

Luana disse...


Mescla de sentimentos
[vida].

Muito bom seu blog...

:)