
MORDO A LÍNGUA
A casa ruía dentro do silêncio,
eu vagava, como o vagabundo...
No chão triste comido pelo vento,
embrulhando braços
de tristezas,
sem saber exatamente
desatar o nó que havia dentro.
Fulminando no olhar
a mordida quente,
o bolso vazio.
Excêntrico instante
dolorido.
Perpassam ali personagens
de filmes.
Quem sabe?
Ontem choveu e as poças
ainda me olham,
fugidas do lar..
Na estranha mania,
mordo a língua.
Atravessa na garganta,
penetra no cérebro,
escorrido
caldo quente.
Desliza ao coração,
pulsa desnorteado
na busca das luvas
que enxuguem
o sangue espirrado.
RJ – 16/05/2006
** Gaivota **
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